Ford Corcel








Ford Corcel:

Quando a Ford adquiriu o controle acionário da Willys Overland do Brasil em 1967, essa última estava desenvolvendo um projeto em parceria com a Renault, o projeto "M". Esse projeto deu origem ao Renault 12 na França, e, com uma carroceria diferente, ao Corcel no Brasil.
Lançado inicialmente como um sedã 4 portas e a seguir  como um coupé (em 1969), o carro foi bem aceito quando de sua estréia em 1968.
  O espaço interno e o acabamento chamavam a atenção, e as inovações mecânicas eram muitas, bem mais do que o seu concorrente direto, o Volkswagen TL|VW 1600.
Eleito pela Revista Autoesporte o Carro do ano em 1969, 1973 e 1979.


                                                          Mudanças:

 A fábrica fez algumas alterações na aparência geral do carro em 1973, deixando-o um pouco parecido com o Ford Maverick. Os motores passaram a ser o 1.4 usado na linha GT, conhecido como motor XP. Em 1975 o design era novamente retocado, aumentando a semelhança com o Maverick, sobretudo na traseira. Um novo componente se adicionava a família, o LDO, com acabamento interno luxuoso e teto revestido de vinil. 

Até 1977, este modelo foi recebendo retoques no acabamento, conservando entretanto a mesma aparência, até o lançamento da linha 1978 - era o Corcel II, basicamente com a mesma mecânica porém com uma carroceria totalmente remodelada, que em nada lembrava o modelo anterior. Em 1985, ganhou a frente do Del Rey (lançado em 1981 e ao qual deu origem - ver reportagem da revista Quatro Rodas de junho de 1981 que cobria o lançamento do Del Rey, sob o título A FORD APOSTA NO REQUINTE) e alguns retoques estilísticos, além de perder a expressão "II" do nome. Este modelo existiu até o ano de 1986, quando foi encerrada sua produção.


Ford Corcel GT:


Um ano depois do lançamento do compacto Corcel, em 1969 a Ford percebeu a oportunidade de ampliar a família e se aproximar do público que sonhava com mais esportividade.O primeiro Corcel GT sim, era mais aparência do que esportividade (teto revestido em vinil e uma faixa no centro do capô e uma na lateral) o motor era o quatro cilindros de 1,3 litro com carburador Solex de corpo duplo; novos coletores de admissão e escape elevavam só a potência do 1,3 litro de 68 para 80 CV, um aumento de 12 CV para aumentar o ânimo da tropa, a aceleração e a velocidade máxima aumentaram um pouco, 0 a 100 km/h era feito em 18 segundos, com 138,53 km/h, em testes de época nas mãos do piloto Emerson Fittipaldi em interlagos este mesmo corcel atingiu velocidades superiores a 142 km/h, isso dependia da perícia do piloto e do acerto do motor (carburador bem regulado com uma mistura mais rica, e uma boa regulagem das valvulas) isso já era o bastante para fazer o corcel andar bem. O motor mais potente só viria no final de 1971, era o 1,4 litro de 85 CV que já era mais esperto na estrada e fazia ultrapassagens em quarta.


Ford Corcel Bino:


A partir de dezembro de 1968, a Bino-Samdaco, que mantinha além da Equipe Bino de competiçao (ex-Ford-Willys), uma divisao de veículos "de rua", passou a oferecer um kit preparação para a linha corcel que incluía o aumento da cilindrada de 1300 para 1500 cm³ (na verdade, de 1289cm³ para 1440cm³), com a adoção de carburação dupla (com um coletor que aproveitava o carburador original e adotava outro igual), camisas, anéis, e pistões de maior diâmetro (77 mm), assim como o comando de válvulas que também era mudado para a obtenção de maior torque a uma faixa de giros mais elevada e escapamento kadron. O Motor podia também receber tampa de valvulas aletada e carter de maior capacidade, ambos de aluminio, e radiador de óleo. Com potencia inicialmente declarada em 86 HP, o Corcel Bino foi recebendo aperfeiçoamentos, como retrabalho no cabeçote e taxa de compressao, na ordem de 9:1 a 9,5:1, elevando a potencia para 90 HP na versao mais civilizada. O primeiro Corcel Bino, um sedan branco de 86 HP foi testado em 1969 pela revista AutoEsporte, fazendo de 0 a 100 em 16 segundos e atingindo 144 km/h. Posteriormente, em 1970, a Revista 4 Rodas testou um cupê de 90HP, obtendo o 0 a 100 em 15,5 seg e atingindo 147 km/h. Versoes mais potentes, em torno de 100 cv, podiam fazer o carrinho ter acelerações brutais: de 0 a 100 km/h em 13s, 0 a 120 km/h em 20s, 0 a 140 km/h em 35s, e velocidade máxima em torno de 160 km/h. Os testes de época apontavam que o corcel bino na estrada podia manter a velocidade máxima por longos períodos, sem que o motor fervesse por falta de água ou por falta de lubrificação, lembrando que os corcéis de corrida que eram aliviados de peso e mais bem preparados atingiam velocidades superiores a 185 km/h, tendo relativo sucesso em competiçoes e rallyes.
Além de envenenar o motor, a bino oferecia também faixas decorativas para o capô e para as laterais, falsa entrada de ar (scoop), farois de milha, painel completo com instrumentos colocados em uma moldura exclusiva, volante esportivo, console de teto e de cambio,moldura para a grade, vidros verdes e rodas de magnésio, além de itens menores, como emblemas, bola de cambio, chaveiros e jaquetas da grife. A Bino vendia carros prontos (inicialmente com base no sedan, e depois no cupê), mas os equipamentos também podiam ser comprados em conjunto ou separadamente por quem já tinha um corcel, e assim, nenhum carro era exatamente igual ao outro, o que ressaltava o toque de exclusividade do modelo, que se tornou coqueluche no início dos anos 70. Em razão disso, alguns GT's e até Belinas também receberam o Kit Bino. Algumas dessas Belinas, como as amarelas da Equipe Bino/Greco e depois Mercantil/Finasa/Ford fizeram grande sucesso em Rallyes.

Ford Corcel GTXP:


Em 1971 chegava o Corcel GTXP (extra performance ou desempenho extra) com capô preto fosco, teto revestido em vinil, faróis de longo alcance, painel com instrumentação completa, e tomada de ar.
No entanto o motor também fora mudado, elevando assim a cilindrada
de 1.3, para 1.4 litro o que o fazia desenvolver potência bruta de
85 cv ante os meros 68 cv da versão 1,3.
E também com o motor 1.4 o desempenho do corcel melhorou, fazia de 0 a 100 km/h em 17 segundos e atingia velocidade máxima de 145 a 150 km/h (valores muito bons para a época), o que colocava o Corcel entre os nacionais mais velozes.

A partir de 1973, toda a linha Corcel ganhava nova grade, com logotipo Ford no emblema redondo ao centro, outro desenho do capô, paralamas e lanternas traseiras. As versões cupê, sedã e belina
passavam a ser equipadas com o motor do GT XP de 1,4 litro. O "esportivo" trazia duas faixas pretas paralelas no capô e nas laterais e também faróis auxiliares de formato retangular na grade, esta também de desenho diferente.

A segunda fase: o Corcel II:
No final de 1977 chegava às ruas o novo modelo o Corcel II. A carroceria era totalmente nova, com linhas mais retas, modernas e bonitas. Os faróis e as lanternas traseiras, seguindo uma tendência da época, eram retangulares e envolventes. A grade possuía desenho aerodinâmico das lâminas, em que a entrada de ar era mais intensa em baixas velocidades que em altas. O novo carro parecia maior, mas não era. A traseira tinha uma queda suave, lembrando um fastback. Um fato notável no Corcel II era a ventilação dinâmica, de grande vazão, dispensando a ventilação forçada. O Corcel II veio com o mesmo motor do Corcel I 1.4, só que com a potência cortada, se o Corcel anterior com o mesmo motor de 1.4 litro rendia 85cv e deixava muitos carros da época para traz, o Corcel II veio com o 1.4 litro de 72cv (55cv líquidos), o Corcel II era muito pesado para usar o 1.4, em função disso tinha um desempenho muito modesto (0 a 100km/h em 20,9 segundos e 135km/h de maxima) em relação ao antigo Corcel , mas a segurança, estabilidade e nível de ruído, já eram melhores do que o modelo anterior.

Os concorrentes do Corcel II na época eram o Volkswagen Passat e o Dodge Polara, ambos veículos médios. Ofereciam desempenho semelhantes ao do Corcel, mas o carro da Ford era mais econômico, moderno e elegante, tinha interior mais confortável (particularmente os bancos), oferecia melhor acabamento e também mais robustez que o Polara.

Já em 1980 a Ford lançou como opcional para o Corcel II o motor de 1,6 litro com 1555 cm³ com câmbio de 4 marchas, mas com relações mais longas e 90cv de potência bruta (66,7 cv líquidos). O Corcel II passou a andar um pouco mais rápido, fazia de 0 a 100km/h em medianos 17 segundos e a velocidade máxima passava a ser de 148km/h, o suficiente para andar junto do se u concorrente mais próximo, o Passat 1500, porém muito atrás da versão 1600 desse VW. As versões oferecidas eram Corcel II básica; L e a luxuosa LDO, com interior totalmente acarpetado e painel com aplicações em imitação de madeira; e a GT, que se distinguia pelo volante esportivo de três raios, aro acolchoado em preto e pequeno conta-giros no painel -- nenhuma trazia, porém, o termômetro d'água. O motor do "esportivo" tinha 4 cv a mais, que não faziam muita diferença. Contava ainda com faróis auxiliares e pneus radiais. As rodas tinham fundo preto e sobre-aro cromado. Em 1983, a Ford promoveu modificações no motor 1,6 o qual denominou de CHT (de "Compund High Turbulence"), cuja potência líquida na versão a álcool chegava a 73 cv, dando um fôlego extra ao Corcel, que chegava aos 150 km/h de velocidade máxima e atingia os 100 km/h em 16 segundos. Concomitantemente, a Ford lançou a versão de 1,3 litro do CHT para o Corcel, que, com a potência líquida de 62 cv, atingia modestos 143 km/h de velocidade máxima, e chegava aos 100 km/h em 20 segundos. Porém, o fim do Corcel começou a ser desenhado com a chegada, no Brasil, do Ford Escort que, mesmo trazendo os mesmo motores CHT, possuía desempenho e consumo melhores que o do Corcel, além de ser um projeto mais moderno, com motor transversal.   

Em 1985 sofre sua última remodelação, que deixa o modelo com a frente igual a do Del Rey remodelado. Mesmo com a melhora de performance da versão 1.6 e com o aumento da gama de opções, o Corcel se tornava obsoleto diante da concorrência que oferecia carros como o Chevrolet Monza, por exemplo, lançado em 1982 que, mesmo com desempenho semelhante na versão 1,6, era um carro mais atual. Adicionalmente o Passat, mesmo com projeto originário dos anos 70, atraía consumidores pelo seu desempenho, por possuir um motor bem mais eficiente que o do Corcel. 


 Ford Corcel:
















Ford Corcel GT:



















Ford Corcel Bino:











Ford Corcel GT XP:













Corcel ll:













Ford Corcel Belina:











Ford Corcel Belina ll













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